Abandonei meu deus. Um deus que me pedia algo em troca de seu amor, mas encontrei Outro que me deu a possibilidade de não me sentir obrigado a amá-lo, mas a necessidade de deixá-lo me amar.
Abandonei o deus que me concedia confortos e encontrei Um que me ensinou que a lógica do evangelho é que os fracos chorarão, mas sempre serão fortes e com Ele.
Abandonei um deus que me dá o poder de controlar minha vida, que me sugira uma independência dele e uma emancipação de mim mesmo e encontrei Outro que tem um cuidado singular sobre a minha vida.
Abandonei um deus que é seguido pelo que pode oferecer, que arrecada pra si sacrifícios faraônicos e encontrei um Outro que não me pede nada mais que confiança e descanso Nele.
Abandonei um deus que com um chicote na mão ficava esperando até que eu cometesse um pequeno erro para cravá-lo em minhas costas, mas encontrei Um que me disciplina sem castigo.
Abandonei um deus que me dava tudo que eu queria, a hora que eu queria e como eu queria, e encontrei Um que sabe que nem tudo que quero é o que preciso.
Abandonei um deus que é impessoal à criatura, que faz da vida um jogo de tabuleiro e encontrei Outro que quer se relacionar comigo o tempo todo, mesmo que eu o recuse e o negue.
Abandonei um deus que entregou seu filho à morte porque eu merecia essa graça e encontrei Outro que fez isso porque teve misericórdia e que de forma gratuita e voluntária se esvaziou de si e me completou pelo sangue de seu filho, mesmo eu na minha imundice.
Sigo assim, abandonando o deus chato e falso me encontrando diariamente com Outro, o do amor. Vamos juntos?
Nenhum comentário:
Postar um comentário