terça-feira, 22 de novembro de 2011

Caminhos curtos


Quando o faraó deixou sair o povo, Deus não o guiou pela rota da terra dos filisteus, embora este fosse o caminho mais curto, pois disse: "Se eles se defrontarem com a guerra, talvez se arrependam e voltem para o Egito".
Êxodo 13.17



Nosso imediatismo e nossa comodidade exigem que trilhemos sempre os caminhos mais curtos. Eles são atraentes e nos agradam, porque são curtos e não exigem muito do nosso esforço. É interessante ver como os ganhadores de fortunas nas loterias logo se tornaram pobres. Provavelmente, porque percorreram caminhos curtíssimos e não estavam preparados para administrar tanto dinheiro. E o que dizer do tempo de preparação do apóstolo Paulo antes de entrar em campo? Calcula-se que o caminho percorrido durou quatorze anos. Deus usa caminhos longos como preparação para que seu povo ganhe preparo eficaz.

Os dois maiores exemplos de caminhos longos foram os de Jesus e de Moisés. Até os trinta anos Jesus, que não precisava de preparo, foi preparado para se apresentar ao mundo, e principalmente aos judeus como Messias. E o que dizer do preparo de Moisés. Foram quarenta anos de preparo para dirigir por mais quarenta anos o povo no deserto. Para a sociedade judaica, a idade de trinta anos era tida como a idade madura e respeitável. Jesus optou por trilhar um caminho longo que lhe desse credibilidade perante a sociedade. O apóstolo Paulo orienta Timóteo a que não seja precipitado na ordenação de presbíteros. 1 Tm 5.22. Ele estava dizendo que tais homens, para serem líderes espirituais do seu povo, teriam de percorrer caminhos mais longos. No caminho longo, o acúmulo de ensinamento é bem maior.

Os caminhos curtos, normalmente, são traçados pelos homens na ânsia prematura de ver as coisas acontecerem do seu modo, sem muito esforço e sem comprometimento. Por que cresce o número de divórcios? Cresce porque os casais optam por trilhar caminhos curtos e resolução humana rápida. A restauração de um casamento danificado pelo inimigo leva tempo, considerando o processo de arrependimento, humildade, perdão, acompanhamento, cura das feridas. O processo pode ser longo e doloroso para ambos os lados.

O processo se torna complexo pois, de um lado, está o inimigo batendo forte e sugerindo um caminho muito curto:  “Separe e acabou! Comece um novo relacionamento”. Por outro lado, está o Senhor buscando incessantemente a restauração através de um caminho longo e doloroso sugerindo que, no Senhor todas as coisas são possíveis (Fp 4.13) e levando-nos escolher o caminho do Senhor e não o dos homens (Is. 55.8).
  
Porque crescem as intrigas entre irmãos? Porque poucos estão dispostos a enfrentar os caminhos longos do confronto. Optam prontamente por fugir e ignorar as coisas. “No Senhor me refugio. Como então vocês podem dizer-me: "Fuja como um pássaro para os montes"? Sl 11.1.
A fuga sempre é uma opção de caminho mais curto.

Porque há crentes desiludidos com o Senhor? Porque estão naufragando na ilusão da “Teologia da Prosperidade” que oferece um caminho contrário ao do Senhor. Oferece a “teologia da raspadinha”, “raspou, achou, ganhou”.

Os caminhos longos percorridos ganham espaço privilegiado na história de muita gente. Se perguntassem a um homem como Waldemiro Tymchak se valeu a pena trilhar pelo caminho longo de missões, ele responderia: “Não sei o que seria da minha vida sem ele”. O caminho longo fez dele, debaixo da graça de Deus, um ícone de seriedade, credibilidade e ardor missionário.

À luz do texto acima, podemos concluir que o caminho curto esconde armadilhas que podem nos destruir. O caminho longo nos livra do inimigo, prepara-nos melhor e é o preferido de Deus para nossa vida. Quanto mais longo for o caminho, mais preparados seremos para toda boa obra.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário