quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A moda mais recente !

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Dia desses, navegando pelas redes sociais, me deparei com uma interessante imagem. Havia três igrejas. Na primeira, uma placa pendurada dizia: “Jesus Cura” e várias pessoas adentrando. Na segunda, a placa informava: “Jesus prospera” e muitas, mas muitas pessoas mesmo, se achegavam. Já a terceira, trazia a seguinte mensagem ‘’Jesus Salva’’, e meia dúzia de gatos pingados entravam. Analisando a vida de Jesus em sua passagem pela terra, é possível perceber que Ele desenvolveu alguns tipos de relacionamento. Assim como os três grupos das igrejas acima, podemos observar esses relacionamentos ainda na cultura evangélica.
1. O “Jesus cura” das multidões
Em João 6:2 vemos que:
Seguia-o numerosa multidão, porque tinham visto os sinais que ele fazia na cura dos enfermos.
O ministério de Cristo foi um ministério de multidões. No entanto, o Mestre nunca priorizou a multidão e em muitos momentos se retirou para estar a sós com o Pai (João 5:13). Mas você deve estar pensando: “Mas Bruna, porque Jesus não priorizou a multidão se a palavra diz que Ele veio para todos?”. Bem, a resposta é simples, o nível de compromisso da multidão é pequeno, eles são desconhecidos, inseguros, o poder da palavra não os transforma. O texto diz que a multidão seguia Jesus por conta dos “sinais e curas” que Ele realizava (se lembram da primeira imagem na rede social?). Esse é um tipo de relacionamento que estamos sempre sujeitos a desenvolver com Jesus. Observar de longe, conhecer só de ouvir falar. O crente “multidão”, que não possui relacionamento, e por conseqüência disso, não conhece as motivações do Mestre.
Quando estamos na multidão, nunca decidimos abraçar a cruz de Cristo, nosso relacionamento está condicionado às necessidades do momento que estamos vivendo e nunca permitimos que Jesus penetre em nossa intimidade. Sabe aquela história do “entre, fique a vontade, mas não mexa em nada não”? Então…
2. O “Jesus prospera” dos religiosos
        Pensando sobre isso, encontrei um segundo tipo de relacionamento que talvez você se identifique. São os seguidores. Quem são essas pessoas? São pessoas que procuravam Jesus para serem aconselhadas. Pense em Nicodemos (João 3: 1 a 7). O doutor da Lei não estava no grupo da multidão, pois havia uma intenção de um relacionamento mais próximo com Jesus, todavia não era o suficiente para fazer de Nicodemos um discípulo. O fato de procurar Jesus de noite mostra que tinha vergonha de sua fé e estava preocupado com a opinião dos outros a seu respeito. Uma das características dos seguidores é que são religiosos, buscam a Jesus pelo que Ele pode oferecer (se recordam da placa que dizia “Jesus prospera”?). Buscam encontrar somente as mãos do Pai e não ver a Sua face, não querem  o conhecer com profundidade. Eles (eu e você) chegam, em alguns momentos, a acreditar que são muito melhores do que a multidão, mas se esquecem que eles próprios ainda não nasceram de novo. De vez em sempre, temos a leve tendência de acreditar que porque vamos aos cultos de domingo, tomamos a ceia e desejamos paz ao nosso irmão ao fim do culto, somos melhores do que quem se encontra lá fora. Mas não somos! Precisamos entender que apenas o fato de nos aproximarmos um pouco mais de Jesus, seja através de cultos ou em orações não nos torna discípulos. Sabe porque? Porque oração não substitui obediência. Precisamos deixar as escamas caírem de nossos olhos e entendermos que o que Deus nos pede é um relacionamento genuíno e não superficial e que estamos perdendo tempo se nos encontramos no grupo dos seguidores. Alguém já disse, Jesus não tem importância nenhuma a menos que tenha absoluta importância.
Quando somos seguidores, estamos convencidos de que somos espirituais, até nos alimentamos da Palavra, mas com uma ótica religiosa. Recusamos-nos a viver o evangelho do perdão, esquecemos que o amor é a prática do evangelho. Andamos como órfãos sob tutela de si mesmo, não somos capazes de entregar nossos cuidados a Deus, anêmicos na fé, incrédulos, mornos, bebendo nosso leitinho espiritual quando já deveríamos ser maduros. Vivemos com um falso sentimento de segurança e nunca encontramos a paz tão desejada.
3. O “Jesus salva” dos discípulos
Outro tipo de relacionamento que Jesus desenvolveu foi com seus discípulos, e esse sim precisamos entender com clareza. Nesse nível de relacionamento, o compromisso é intenso e contínuo. As pessoas que se encontram neste grupo são aquelas que entravam na Igreja cujo slogan era “Jesus salva”. Nesse nível não existem garantias. Veja só,  o próprio Cristo disse “As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mateus 8:20).
  Aqui, não buscam Jesus pela prosperidade ou pela cura, buscam pelo que Ele é, permanecem com Ele até a morte. Não se revoltam se não recebem algo que desejavam.
Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo.
(2 Corintios 12:8-9)
O que distingue o discípulo dos demais é que o discípulo é íntimo, ele cresce à medida que caminha de perto com seu mestre. Acredito que a moda mais recente é ser seguidor, queremos segui-lo, mas não queremos nos comprometer com pessoas, causas, problemas alheios. Precisamos desacelerar, precisamos escolher em que grupo queremos estar.  O discípulo verdadeiro tem seus olhos voltados para as coisas do alto e não na prosperidade terrena, ele se deixa tratar e entende que não há outro que possua as palavras de vida eterna. Estes encontram na presença do Pai seu maior presente.





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