quinta-feira, 24 de maio de 2012

A INSUSTENTÁVEL DUREZA DO SER



Por Jofre Garcia
Ter o coração de pedra, infelizmente é uma das características mais marcantes da raça humana, e por conta dessa condição natural frutificam outros desagradáveis aspectos de sua natureza, sobressaindo a arrogância, a prepotência, a estranha mania de seu endeusar, mesmo se sabendo um mero e fatídico mortal.
A nossa ignorância é arrogante e o nosso conhecimento é prepotente.
Quando por conta das eras onde as superstições reinaram e a ciência era castrada por dogmas e paradigmas, apontávamos para o nosso umbigo como o centro do universo. Sol, lua, constelações, todo o infinito nos velava em meio ao eterno bailado cósmico.
Mesmo que no eu meio existencial estivesse carregado dos simbolismos e da presença religiosa dita cristã, era para si mesmo que ele apontava. Antropocentrismo subterfugiado na sacralidade das artes, dos temas e da vida.
Era a religião como esconderijo para a podridão do coração do homem.
Mas vieram os séculos de luzes, descobertas, conhecimentos e técnicas mecânicas onde tudo que era espiritualizado foi relegado a uma fase de obscurantismo da mente humana.
Porém, no lastro desse desenvolvimento científico, filosófico, social e político veio à prepotência indisfarçável do ser humano em se achar capaz de seu próprio deus. O homem descobriu a natureza de muitas coisas e muito de sua própria natureza, tornou-se capaz de explicar fenômenos e mistérios antes insondáveis, abriu caminhos em estradas outrora impossíveis, e chegou a lugares aonde só em sonhos ou nos contos e lendas se chegavam.
Com isso, criamos uma atmosfera divina sobre nós e queremos redimensionar o Deus Eterno dentro de nossas vontades e desejos, existindo no patamar de nossas idéias e definido pelo nosso direito de consumidor-adorador.
É o antropocentrismo subterfugiado em nossa verborréia filosófica, teológica, psicológica ou científica transportando o ser humano para posições que não lhe pertence.
No âmago de tudo isso estará sempre a raiz do pecado que pôs no coração do homem a usurpação ao Ser de Deus, além de concretizá-lo com uma dura rocha para crer no que é Eterno e Imortal, Invisível, mas Real.
Pecado que faz teólogos escorregarem na cascas podres de frutos perversos, pois na ânsia dos holofotes, guiados por frustrações pessoais não curadas, pela incapacidade de entender o que de Deus se permitiu conhecer, renega as mais centrais e coerentes fundamentações definidas por Cristo, Jesus.
Se há salvação além de Jesus Cristo?
Existe?
O que sei e que sinto e que vejo com a alma é Jesus, a personificação da salvação na encarnação.
O que me é revelado e transcendentemente imana em meu finito ser é Jesus, verdade, caminho e vida por quem e por onde se chega ao PAI.
Sei apenas dessas coisas.
Coisas simples, eu sei.
Mas, não as troco pelas acuradas elucubrações teológicas – filosóficas dos perderam até o prumo de se caminhar na fé, e inventam fé para desacreditar a fé que nos foi dada pelo Autor e Consumador da Fé.
Desculpem senhores mestres do saber, em si mesmados, mas eu os rejeito, mesmo que as dezenas de séculos de desenvolvimento humano me persigam, se for para trocar Cristo por “revolucionárias idéias”, eu as considero esterco, pois prefiro estar com Cristo, que habitar nas tendas da perversidade.
Pois o ser humano (sem Cristo) carrega em si a insustentável dureza de seu pétreo coração.
(Usando um trocadilho com o título do best sellers de Milan Kundera – A insustentável leveza do ser)
N’Ele, único caminho para salvação.


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